MAESTRO BRITÂNICO E MULHER SE MATAM EM CLÍNICA SUÍÇA
Um dos mais famosos regentes da Grã-Bretanha, de 85 anos, e sua mulher, de 74, contrataram seviço de assistência ao suicídio, prática legalizada na Suíça, e morreram de mãos dadas diante dos filhos
GENEBRA- Após 54 anos felizes juntos, eles decidiram acabar com as próprias vidas, em vez de continuar lutando contra sérios problemas de saúde. Foi assim que os filhos de Edward Downes, um dos mais renomados maestros britânicos anunciaram o suicídio dos pais ontem. O casal morrreu após tomar barbitúricos fornecido pela Dignitas, uma polêmica clínica de assistência ao suicídio em Zurique que tem a lei ao seu lado, mas divide a população. A Suíça, onde o suicídio assistido é legal, é o único lugar do mundo onde esse ato pode ser cometido por estrangeiros.
A abertura atrai idosos e pacientes terminais de outros países para que o já foi chamado de turismo da morte. A maioria é do Reino Unido, como o maestro Downes, 85 anos, e sua mulher, a coreógrafa Joan, 74. Coma morte do casal, chega a 116 o número de britânicos ajudados pela Dignitas a terminar seus dias voluntariamente desde 1998, do total de mais de mil.
Joan tinha câncer no fígado e pâncreas e os médicos haviam lhe dado poucas semanas de vida. Downes, que por 50 anos foi maestro da Royal Opera House, umas das mais importantes do mundo, estava quase cego e com surdez progressiva. Em 1991, ele foi condecorado cavaleiro do Império Britânico pela rainha.
Os filhos, que acompanharam so pais em Zurique, contaram que eles morreram de mãos dadas, 10 minutos após tomarem os barbitúricos. Os dois filhos serão interrogados quando voltarem ao Reino Unido, mas a própria polícia britânica admite que isso é mera formalidade. A lei britânica pune com até 14 anos de prisão o suicídio assistido, mas nunca niguém foi processado por ajudar a cometer o ato na Suíça.
Criticados por todos os lados em seu país, os serviços da Dignitas também provocam enorme polêmica no Reino Unido, onde a morte voluntária tem cada vez mais interessados. A controvérsia atingiu o auge em dezembro do ano passado, quando a TV britânica exibiu um documentário intitulado O turista suicida, mostrando as últimas horas do professor universitário americano Craig Ewert, 59, portador de uma grave doença neurológica, que se matou há dois anos na Suíça.
Há um mês, o jornal londrino The Guardian acrescentou pólvora ao debate, ao mostrar que muitos pacientes britânicos que puseram fim à própria vida com a ajuda da Dignitas sofriam doenças que não necessariamente levariam à morte, como tetraplégicos. Protegida por uma lei de 1941, a Dignitas tem como único cirtério para ajudar alguém a se suicidar que a pessoa sofra de uma doença que inevitavelmente leve à morte, ou deficiência inaceitável, e queria finalizar a vida e o sofrimento.
Fonte: Jornal do Commercio, ano 91, número 196, Recife, 15 de julho de 2009 - quarta-feira, p. 10
A abertura atrai idosos e pacientes terminais de outros países para que o já foi chamado de turismo da morte. A maioria é do Reino Unido, como o maestro Downes, 85 anos, e sua mulher, a coreógrafa Joan, 74. Coma morte do casal, chega a 116 o número de britânicos ajudados pela Dignitas a terminar seus dias voluntariamente desde 1998, do total de mais de mil.
Joan tinha câncer no fígado e pâncreas e os médicos haviam lhe dado poucas semanas de vida. Downes, que por 50 anos foi maestro da Royal Opera House, umas das mais importantes do mundo, estava quase cego e com surdez progressiva. Em 1991, ele foi condecorado cavaleiro do Império Britânico pela rainha.
Os filhos, que acompanharam so pais em Zurique, contaram que eles morreram de mãos dadas, 10 minutos após tomarem os barbitúricos. Os dois filhos serão interrogados quando voltarem ao Reino Unido, mas a própria polícia britânica admite que isso é mera formalidade. A lei britânica pune com até 14 anos de prisão o suicídio assistido, mas nunca niguém foi processado por ajudar a cometer o ato na Suíça.
Criticados por todos os lados em seu país, os serviços da Dignitas também provocam enorme polêmica no Reino Unido, onde a morte voluntária tem cada vez mais interessados. A controvérsia atingiu o auge em dezembro do ano passado, quando a TV britânica exibiu um documentário intitulado O turista suicida, mostrando as últimas horas do professor universitário americano Craig Ewert, 59, portador de uma grave doença neurológica, que se matou há dois anos na Suíça.
Há um mês, o jornal londrino The Guardian acrescentou pólvora ao debate, ao mostrar que muitos pacientes britânicos que puseram fim à própria vida com a ajuda da Dignitas sofriam doenças que não necessariamente levariam à morte, como tetraplégicos. Protegida por uma lei de 1941, a Dignitas tem como único cirtério para ajudar alguém a se suicidar que a pessoa sofra de uma doença que inevitavelmente leve à morte, ou deficiência inaceitável, e queria finalizar a vida e o sofrimento.
Fonte: Jornal do Commercio, ano 91, número 196, Recife, 15 de julho de 2009 - quarta-feira, p. 10